Halloween, Morte e Finados: Do Medo à Esperança na Cruz7 min read

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Olá, leitores do Palavra Viva!

Seja muito bem-vindo ao nosso espaço de conversa. Pegue seu café e vamos bater um papo.

Novembro mal começou e o clima já está diferente, não é? Outubro termina com uma festa de abóboras, fantasias e “doces ou travessuras” (o Halloween), que logo emenda no Dia de Finados, um dia mais sóbrio, de silêncio, flores e visitas ao cemitério.

Caveiras enfeitadas no México, bruxas e fantasmas nos Estados Unidos, saudade e luto no Brasil.

Parece que, nesta época do ano, o mundo todo resolve falar sobre o mesmo assunto: a morte.

Mas… por que será que esse tema nos causa, ao mesmo tempo, tanto medo e tanto fascínio?

Em um mundo que ama a vida, por que ficamos tão obcecados com o seu fim?

Hoje, queremos conversar sobre isso. Vamos olhar para esse “elefante na sala” sem medo, entender de onde vêm essas tradições e, o mais importante, descobrir como a nossa fé em Cristo ilumina esse vale escuro com uma esperança inabalável.

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Por que a Morte nos Fascina (e Assusta)?

 

Se pararmos para pensar, a morte é uma das poucas certezas da vida. Mesmo assim, ela parece… errada.

Salomão diz em Eclesiastes que Deus “pôs a eternidade no coração do homem” (Eclesiastes 3:11). Nós fomos, de alguma forma, “programados” para a eternidade. É por isso que a morte, o ponto final, nos soa como um bug no sistema, e não como algo natural.

Ela nos assusta porque envolve dor, separação e o desconhecido.

E é exatamente esse “desconhecido” que alimenta o fascínio. O que tem do “lado de lá”?

Como ninguém voltou para contar (pelo menos, não da forma como gostaríamos), a mente humana preenche essa lacuna com especulações. É aí que nascem as histórias de fantasmas, espíritos, zumbis e toda a sorte de folclore. A cultura humana tenta, desesperadamente, dar um rosto ao desconhecido.

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Abóboras, Caveiras e Flores: Tentando “Lidar” com o Fim

 

Todas essas datas que pipocam no calendário — Halloween, Dia de Todos os Santos, Dia de Finados — são, na verdade, uma grande mistura de tentativas humanas de processar a morte.

O Halloween (que vem de “All Hallows’ Eve”, a “Véspera de Todos os Santos”) tem raízes em antigos festivais celtas que marcavam a colheita e o início do inverno (um tempo de escuridão). Acreditava-se que, nessa noite, a barreira entre o nosso mundo e o “outro” ficava mais fina. Sabe por que as pessoas usavam fantasias? Originalmente, era para se disfarçarem e enganarem os espíritos que, supostamente, estariam vagando.

O Dia de Finados (2 de novembro) e o Dia de Todos os Santos (1º de novembro) foram datas que a Igreja Católica instituiu séculos atrás. A ideia era honrar os santos que já estão no céu (dia 1º) e orar pelas almas daqueles que estariam no purgatório (dia 2).

No México, essa tradição católica se misturou com rituais indígenas (como os dos astecas) que já honravam os ancestrais e até tinham deuses da morte. Por isso, o “Día de Muertos” lá é uma festa: colorida, com comida, música e as famosas caveiras enfeitadas, como se estivessem “celebrando” a visita dos que se foram.

Percebe o padrão? A cultura tenta administrar a morte. Seja se escondendo dela (com fantasias), tentando ajudá-la (com rituais) ou “domesticando-a” (com caveiras coloridas).

Mas, e nós? O que a Bíblia nos diz?

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A Morte Não é Nossa Amiga

 

Enquanto a cultura moderna tenta reprimir a morte (escondendo-a em hospitais) ou romantizá-la (como um simples “rito de passagem”), a Bíblia é brutalmente honesta.

A morte não é legal. Ela não é “normal” no sentido original da palavra.

O apóstolo Paulo a chama pelo que ela é: “o último inimigo” (1 Coríntios 15:26).

A morte é uma intrusa. Ela entrou no mundo como consequência da nossa ruptura com Deus, o Autor da Vida. Por isso ela dói tanto. Ela não fazia parte do plano original.

Sendo assim, o luto é uma reação perfeitamente bíblica e saudável. Quando Lázaro morreu, Jesus não disse para Maria e Marta: “Parem de chorar, é só uma passagem”. Não. A Bíblia diz que Jesus chorou (João 11:35). Ele sentiu a dor da separação causada pelo inimigo.

Portanto, se você perdeu alguém, saiba que chorar não é falta de fé. É a prova de que você ama e de que sente falta.

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Paranoia ou Ponte? Como o Cristão Vive Esta Época

 

Tudo bem, se a morte é um inimigo e o Halloween tem raízes pagãs, o cristão deve se trancar em casa, apagar as luzes e fingir que nada está acontecendo?

Vamos com calma. O mesmo apóstolo Paulo nos deu uma ótima direção sobre isso.

Em Corinto, havia uma polêmica sobre comer (ou não) carnes que tinham sido sacrificadas aos ídolos pagãos. A resposta de Paulo foi surpreendente. Ele disse que, como o ídolo “nada é” (1 Coríntios 8:4), a carne em si não pode “contaminar” o cristão.

Não precisamos viver com uma paranoia mística, achando que uma fantasia de abóbora ou um doce de Halloween vai nos amaldiçoar.

A nossa atitude deve ser outra. Em vez de paranoia, devemos construir uma ponte.

Quando Paulo chegou a Atenas, ele viu uma cidade cheia de altares pagãos. Ele ficou revoltado? Sim. Mas o que ele fez? Ele usou um desses altares — um que dizia “AO DEUS DESCONHECIDO” — como uma ponte para pregar o Evangelho (Atos 17).

Quando o mundo todo está falando sobre morte, fantasmas e o “além”, quem mais, senão a Igreja, tem a verdadeira resposta sobre a vida eterna?

Esta é a nossa chance de ser luz!

  • Seu filho foi convidado para uma festinha? Talvez seja a oportunidade de fazer alguma programação especial em família, construir memórias maravilhosas com nossos filhos.
  • Alguém bateu à sua porta pedindo “doces ou travessuras”? Dê o doce, mas aproveite para dar um sorriso, uma palavra de bênção ou um convite para a igreja. Nós somos a luz, não temos medo do escuro.
  • E quanto a visitar o cemitério em Finados? Participar de rituais, orar pelos mortos ou acender velas (crendo que isso “ajuda” a alma), será? A Bíblia não nos dá base para isso. Mas, se for para levar flores, honrar e amar alguém, faça isso em vida! Homenageie quem você ama, enquanto está vivo!
  • E lembrar com saudade, sentir tristeza? Não há problema algum. É um ato de respeito, amor e memória.

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A Resposta Final (Spoiler: Não é a Morte)

 

A conversa sobre a morte não pode terminar na morte. Para nós, cristãos, ela termina na Ressurreição.

Este é o centro da nossa fé. Jesus não apenas chorou por Lázaro; Ele o chamou para fora do túmulo. E, mais importante, Ele mesmo saiu do túmulo.

A morte não teve a última palavra.

E por causa dEle, ela também não terá a última palavra sobre nós.

Muitos perguntam: “O que acontece assim que eu fecho os olhos?” A Bíblia indica que não há “sono da alma”. O crente, ao partir, está imediatamente “com Cristo” (Filipenses 1:23) em espírito.

“E se eu for cremado? E se meu corpo se decompor?” Não se preocupe. A ressurreição é um milagre. O mesmo Deus que criou o universo do nada pode, e vai, nos recriar a partir do pó (ou das cinzas). Em Apocalipse 20:13 diz que “o mar entregou os mortos que nele havia”. Nosso Deus é o Deus do impossível.

Nós não aguardamos um fim. Nós aguardamos um novo começo: um corpo glorificado, semelhante ao de Jesus, para vivermos para sempre com Ele.

Por isso, enquanto o mundo brinca com esqueletos ou treme diante do desconhecido, nós descansamos. A morte foi vencida. Ela ainda pode nos fazer chorar, mas não pode nos destruir. Estaremos na eternidade com Cristo.

Para quem está em Cristo, a morte não é um ponto final. É apenas uma vírgula antes da Eternidade.

Viva na luz dessa esperança!

Que Deus abençoe sua semana.

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