O Google está ensinando seu filho sobre sexo. E você? (O que tenho aprendido como mãe de 4)7 min read

E aí, pessoal! Sou a Elaine, e hoje o papo é de mãe para mãe (e pais, tios, avós… todo mundo!).

Quem me acompanha sabe: eu sou a mãe do Pedro, que está prestes a completar 14 anos. Pois é, QUA-TOR-ZE. De repente, meu menininho que amava carrinhos agora só fala com os amigos no Discord, a voz dele parece um rádio mal sintonizado e, meu Deus, o desodorante virou item de sobrevivência.

Junto com essa fase, vem “aquela” conversa. A conversa sobre… bem, você sabe. Sexualidade.

E eu tenho mais três pimentinhas vindo logo atrás, as gêmeas de 4 anos e a Valentina de 5. Ou seja, esse “filme” vai reprisar bastante aqui em casa.

Confesso que meu primeiro instinto foi o pânico, pois, sinto muita dificuldade em falar sobre este assunto. Mas, depois de respirar fundo (e orar muito), eu fiz o óbvio: comecei a consultar o manual de instruções que Deus nos deu. Desde então, tenho mergulhado no que a Palavra realmente diz sobre isso. E, olha, o que descobri mudou completamente minha perspectiva.

mulher-segurando-biblia-com-seu-filho-scaled O Google está ensinando seu filho sobre sexo. E você? (O que tenho aprendido como mãe de 4)

💡 A primeira “virada de chave”: Parar de tratar sexualidade como demônio

 

Sabe qual é o nosso primeiro erro? A gente trata a sexualidade como se fosse um problema, uma maldição, algo que o “mundo” inventou para estragar nossos filhos. Quando, na verdade…

A sexualidade foi ideia de Deus.

Lá em Gênesis 1. Antes da queda, antes da maçã, antes de tudo dar errado, Deus já tinha criado o ser humano “homem e mulher” (versículo 27). E logo depois, Ele os abençoou e disse: “Sejam fecundos, multipliquem-se” (versículo 28).

A primeira bênção e a primeira ordem na Bíblia estão diretamente ligadas à sexualidade. Não é incrível?

Isso significa que, na sua origem, a sexualidade é uma bênção. Tem a ver com vida, com prazer, com a própria imagem de Deus. Se a gente começa a conversa tratando o assunto como algo sujo ou vergonhoso, já começamos perdendo. Estamos, sem querer, chamando de sujo algo que Deus chamou de bom.

menina-usando-smartphone-perto-irmao-scaled O Google está ensinando seu filho sobre sexo. E você? (O que tenho aprendido como mãe de 4)

🚫 O vácuo que a gente cria (e o mundo preenche)

 

O problema é que, mesmo sabendo que é de Deus, a gente trava. Eu percebi que nós, pais cristãos, geralmente cometemos três erros clássicos na hora de falar disso:

  1. A Ignorância (ou “O Efeito Aspirador de Pó”): A gente não fala. Não usamos os nomes corretos (fica tudo no “pipi”, “pompom”, “aquilo”), mudamos de assunto. Só que na educação não existe vácuo. Se eu não falar, pode ter certeza que o Google, o YouTube e o grupinho do WhatsApp vai falar. E, acredite, eles não vão ensinar Gênesis 1.
  2. O Medo (ou “A Bagagem Extra”): Muitas vezes, o nosso medo de falar vem dos nossos próprios traumas, erros do passado ou da forma como nossos pais (não) falaram conosco. A gente reage com o nosso estresse, e a criança percebe.
  3. A Vergonha: A gente transforma um presente de Deus em um tabu. Claro que é um assunto íntimo, mas intimidade não é sinônimo de vergonha.

O resultado? Nossos filhos aprendem sobre o assunto mais importante da vida deles com qualquer um, menos conosco.

retrato-de-irmaos-ao-ar-livre-para-celebracao-dia-dos-irmaos-scaled O Google está ensinando seu filho sobre sexo. E você? (O que tenho aprendido como mãe de 4)

🏃‍♀️ Não é “A” Conversa. É “A” Caminhada.

 

A maior descoberta que tenho feito nessa minha “pesquisa de mãe” foi esta: sexualidade não é sinônimo de relação sexual.

Quando meu filho de 13 anos pergunta algo, ele não está pensando no ato em si. Ele está tentando entender um turbilhão de coisas novas. E é aí que entra o nosso papel.

A Bíblia não nos chama para “expulsar” a sexualidade (como se fosse possível!), mas para ensiná-los a administrar esse presente incrível.

A sexualidade é muito mais ampla. Ela envolve pelo menos três áreas gigantescas que estão ativas o tempo todo em nós (e neles):

  • Afetos: Nossos sentimentos, paixões, a necessidade de ser amado e de pertencer.
  • Desejos: O impulso erótico, as atrações (que, aliás, não pedem licença para aparecer).
  • Prazer: A busca por aquilo que nos faz sentir bem, desde um brigadeiro até um abraço.

Nosso trabalho não é dar uma palestra sobre biologia e depois sumir. Nosso trabalho é caminhar com eles, dia após dia, ajudando-os a administrar essa confusão maravilhosa de afetos, desejos e prazeres para a glória de Deus.

retrato-de-corpo-inteiro-de-uma-bela-jovem-fazendo-um-sinal-de-coracao-com-as-maos-scaled O Google está ensinando seu filho sobre sexo. E você? (O que tenho aprendido como mãe de 4)

❤️ O Perigo do “Siga seu Coração”

 

Se tem uma coisa que o mundo grita hoje é: “Siga seu coração!”. Se você sente, é porque é certo.

Essa é a exata definição da Queda lá no Éden. Foi Adão e Eva decidindo: “Deus, eu entendi o que o Senhor falou, mas… vou seguir o meu coração.”

O maior problema que o Pedro, minhas filhas e eu enfrentamos não é a sexualidade em si. É o nosso coração caído, que quer ser o próprio Deus.

A verdadeira batalha não é “contra” o sexo; é “por” quem ocupa o trono do coração. A pergunta que precisamos ensinar nossos filhos a fazer não é “O que eu estou sentindo?”, mas sim…

“Para quem eu vou viver? Quem eu amo mais?”

Se Cristo for a resposta, todo o resto (afetos, desejos, prazeres) encontra o seu devido lugar.

retrato-exterior-de-jovem-adulto-scaled O Google está ensinando seu filho sobre sexo. E você? (O que tenho aprendido como mãe de 4)

 

🤫 Uma confissão: Atração não é Pecado (Pecado é o que você faz com ela)

 

Outra coisa que me deu um alívio enorme foi entender a diferença entre atração e cobiça.

Nós, adultos, às vezes criamos uma máscara de “super-crente” que não sente nada, não é tentado, não tem vulnerabilidades. Isso é mentira, e nossos filhos percebem.

  • Atração é uma reação. Você não escolhe. Você vê alguém bonito na rua e… reage.
  • Cobiça (o pecado) é uma prática. É um ato da sua vontade. É pegar aquela reação e, intencionalmente, colocar sua mente, sua atenção e sua imagem naquilo que não é seu.

Sabe qual é o oposto da cobiça? Não é a “assexualidade”. O oposto da cobiça é a gratidão.

É um exercício diário de focar, desfrutar e ter prazer naquilo que Deus já me deu, em vez de ficar com a mente focada na única árvore que Ele disse “não”.

closeup-de-mulher-com-computador-laptop-scaled O Google está ensinando seu filho sobre sexo. E você? (O que tenho aprendido como mãe de 4)

☕ Meu cafezinho com vocês (De Mãe para Mãe, e pai também!)

 

Encerrando nosso papo, queria deixar o que aprendi de mais prático nessa jornada com o Pedro:

  1. Faça o velório do “filho ideal”. Todo pai tem um filho idealizado na cabeça (o que tira 10, é capitão do time e nunca dá trabalho). Esse filho não existe. Você precisa sepultar suas expectativas para poder amar o filho real que Deus te deu, com todas as lutas e perguntas dele.
  2. Seja um “porto seguro”. Seu filho precisa saber que pode te contar qualquer coisa – qualquer vulnerabilidade, qualquer dúvida, qualquer pecado – e isso não será usado contra ele. Ele pode até ser disciplinado, mas nunca será rejeitado.
  3. Devolva a pergunta. Quando a criança perguntar algo “cabeludo” (tipo “o que é virgem?”), não entre em pânico. Respire e pergunte de volta: “Que interessante essa pergunta! Onde você ouviu isso?” ou “O que você acha que é?”. Muitas vezes, a criança só viu “azeite extra-virgem” no mercado e sua cabeça já foi para outro lugar! Contextualize antes de responder.

Não é fácil. Não tem fórmula mágica. Mas saber que estamos administrando um presente de Deus, e não lutando contra um demônio, já muda todo o jogo.

Que Deus nos dê graça para sermos a voz da verdade e do acolhimento dentro da nossa casa!

 

E você? Como tem sido essa fase por aí? Deixa aqui nos comentários, vamos conversar!

 

Um beijo e fiquem na Paz,

Share this content:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima