Santos e Imagens: Devoção ou Idolatria? O que a Bíblia Realmente Diz?7 min read

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Que bênção receber você aqui!

Com certeza, esse é um tema que gera muitas dúvidas, especialmente em um país tão religioso e diverso como o nosso Brasil, não é mesmo? Vira e mexe, temos feriados dedicados a santos, e é natural que a pergunta surja: “O que a Bíblia realmente diz sobre santos, imagens e devoção?”

Vamos conversar sobre isso hoje aqui no “A Palavra Responde”. Quero te convidar para uma reflexão tranquila, com o coração aberto, olhando sempre para o que as Escrituras nos ensinam.

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1. Santos: Quem são eles segundo a Bíblia?

 

A primeira coisa que precisamos alinhar é o próprio conceito de “santo”. Sabe, quando a gente lê as cartas do Apóstolo Paulo (como em Romanos ou 1 Coríntios), ele se dirige aos cristãos daquelas igrejas chamando-os de “santos”.

Ué, mas eles não eram perfeitos! Eles tinham problemas, pecados, dúvidas, cometiam erros…

Exato! Na Bíblia, a palavra “santo” (do grego hagios) não significa “pessoa perfeita que fez milagres”, mas sim “separado”. Todo aquele que crê em Jesus Cristo como seu Salvador é separado por Deus para um propósito especial.

Então, se você aceitou Jesus, você e eu somos considerados santos!

A Bíblia nos ensina que somos todos “irmãos” (Mateus 23:8) e que fomos todos salvos da mesma maneira: pela graça de Deus, através da fé em Jesus (Efésios 2:8-9). Não existe um “status” espiritual mais elevado ou uma categoria “super-cristão”. Somos todos pecadores alcançados pela mesma graça maravilhosa.

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2. E os “Heróis da Fé”?

 

“Mas e Pedro, Paulo, Maria, João? Eles não foram incríveis?”

Com toda certeza! Eles são nossos irmãos mais velhos na fé, exemplos maravilhosos de dedicação, fé e coragem. Nós devemos honrar suas memórias, estudar suas vidas e nos inspirar em como eles seguiram a Deus. O livro de Hebreus 11, faz exatamente isso ao listar uma “grande nuvem de testemunhas”.

No entanto, a Bíblia também nos mostra que eles eram humanos, assim como nós. E mais: eles mesmos recusavam qualquer tipo de adoração ou veneração.

Tem um episódio muito claro em Atos 10. Um centurião romano chamado Cornélio, um homem bom, manda chamar Pedro. Quando Pedro chega à sua casa, Cornélio se joga aos seus pés para adorá-lo.

O que Pedro faz? Ele repreende Cornélio? Não. Ele o levanta na hora e diz: “Levanta-te, que eu também sou homem.” (Atos 10:26).

Pedro, o grande apóstolo, deixou claro que a adoração pertence somente a Deus.

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3. “Mas eu não adoro, eu só venero…”

 

Essa é a distinção mais comum que ouvimos. A teologia católica diferencia “latria” (adoração, devida só a Deus) de “dulia” (veneração ou honra, dada aos santos).

Na teoria, parece fazer sentido. O problema é que, na prática, essa linha é quase impossível de não ser cruzada.

O que vemos no dia a dia? Muitas pessoas se curvam diante de uma imagem, acendem velas para ela, fazem promessas e dirigem suas orações e pedidos (por cura, casamento, emprego, proteção) diretamente ao santo que aquela imagem representa. Na prática, elas estão depositando sua fé e confiança em um intermediário, buscando favores que só Deus pode conceder.

Isso toca em um ponto muito sério. Sabe, se olharmos para todo o Antigo Testamento, o pecado que Deus mais cita e que O entristece profundamente é a idolatria. Várias e várias vezes, o povo de Israel foi advertido por trocar a glória do Deus vivo por ídolos de pedra, madeira ou metal, feitos por mãos humanas.

É exatamente por causa desse cuidado extremo com o nosso coração que Ele foi tão claro e direto no segundo mandamento:

“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás…” (Êxodo 20:4-5)

Deus proíbe isso porque Ele é zeloso. Ele nos ama tanto que não divide Sua glória com ninguém!

Aliás, o próprio Deus, através do profeta Isaías, usou um exemplo muito prático e até irônico para nos fazer pensar sobre a lógica (ou a falta dela) na adoração de imagens.

Olha só que descrição clara do dia a dia daquela época:

¹⁵ É combustível usado para queimar; um pouco disso ele apanha e se aquece, acende um fogo e assa um pão. Mas também modela um deus e o adora; faz uma imagem e se encurva diante dela. ¹⁶ Metade da madeira, ele a queima no fogo; sobre ela ele prepara sua refeição, assa a carne e come sua porção. Ele também se aquece e diz: “Ah! Estou aquecido; estou vendo o fogo”. ¹⁷ Do restante ele faz um deus, seu ídolo; inclina-se diante dele e o adora. Ora a ele e diz: “Salva-me; tu és meu deus”. ¹⁸ Eles nada sabem, nada entendem; seus olhos estão tapados, não conseguem ver, e suas mentes estão fechadas, não conseguem entender. ¹⁹ Ninguém pára para pensar, ninguém tem o conhecimento ou o entendimento para dizer: “Metade dela usei como combustível; até mesmo assei pão sobre suas brasas, assei carne e comi. Faria eu algo repugnante com o que sobrou? Iria eu ajoelhar-me diante de um pedaço de madeira?” (Isaías 44:15-19)

É uma passagem muito forte, não é? Isaías está mostrando a contradição: o homem pega uma árvore. Com metade dela, ele cozinha e se aquece (coisas úteis do dia a dia). Com a outra metade que sobrou, ele esculpe uma imagem, se ajoelha diante dela e pede: “Salva-me!”.

A pergunta que o profeta deixa no ar é: como algo que você fez, que não tem vida, que veio da mesma árvore que você usou para fazer fogo, pode ter o poder de salvar você?

É por isso que Deus insiste tanto: a nossa fé, nossa confiança e nossa adoração devem estar Nele, o Criador de todas as coisas, e não em algo que foi criado (seja por Deus, ou pior, por nossas próprias mãos).

Jesus é o nosso único mediador, o único caminho que nos leva ao Pai (1 Timóteo 2:5).

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4. O Perigo da Idolatria “Moderna”

 

Agora, vamos trazer essa conversa para dentro da nossa casa e da nossa igreja. Seria muito fácil apontar o dedo e dizer que a idolatria é um problema “dos outros”, mas a verdade é que ela é muito mais sutil.

A definição bíblica de um ídolo é simples: é qualquer coisa que toma o lugar de Deus no seu coração.

Um ídolo é aquilo em que você deposita sua confiança, seu tempo, seu amor e sua segurança, mais do que em Deus.

E qual é o ídolo mais comum e perigoso, sobre o qual Jesus mais nos alertou? O dinheiro.

Jesus foi direto: “Ninguém pode servir a dois senhores… Não podeis servir a Deus e às riquezas [Mamom].” (Mateus 6:24).

Percebe? Jesus coloca as riquezas como um “deus” rival, que compete pelo nosso coração. O apóstolo Paulo foi na mesma linha, dizendo que “o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males” (1 Timóteo 6:10) e que a avareza é, em si, idolatria (Colossenses 3:5).

Quando nossa segurança está no nosso saldo bancário e não na providência de Deus; Quando nossos sonhos são definidos pelo sucesso financeiro e não pelo propósito de Deus; Quando nosso coração vive ansioso por ter mais… estamos flertando com a idolatria.

E isso vale para tudo:

  • Poder;
  • Status;
  • Carreira;
  • Relacionamentos;
  • Vaidade
  • Até mesmo “amuletos” (às vezes, infelizmente, até em nosso meio evangélico, colocamos a fé em objetos “ungidos” em vez de no próprio Deus).

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Conclusão: Onde está o seu coração?

 

No fim das contas, querida amiga, o chamado de Deus para nós é por uma fé pura, simples e direta.

Honramos os heróis da fé que vieram antes de nós, mas adoramos somente a Deus. Aprendemos com os exemplos do passado, mas oramos somente ao Pai, em nome de Jesus. Somos gratos pelas bênçãos materiais, mas confiamos somente no Provedor.

Que nosso coração esteja tão cheio de Jesus, o nosso único e suficiente Salvador, que não sobre espaço para nenhum outro ídolo.

Espero que essa reflexão tenha abençoado sua vida! A Palavra de Deus é maravilhosa e sempre ilumina nossos caminhos.

 

E você, já tinha parado para pensar sobre os “ídolos modernos” na nossa vida? Deixe seu comentário aqui embaixo, vamos continuar essa conversa!

Que Deus te abençoe ricamente.

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