
Olá queridos, paz!
Vamos conversar de coração aberto hoje? Olhe ao seu redor. Ligue o noticiário (ou talvez seja melhor não!). Às vezes, parece que a palavra que o Apóstolo Mateus (Mateus 24:12) registrou está se cumprindo diante dos nossos olhos: “Por se multiplicar a iniquidade, o amor de quase todos esfriará”.
Não parece que vivemos num mundo onde tudo é medido pelo dinheiro? Parece que o que manda é a “grana”. Quem tem mais, pode mais, e quem não tem… bem, fica para trás.
No meio desse caos, nós, cristãos, cantamos aquele hino antigo: “Se paz a mais doce me deres, ou dor mais forte sofrer, ó seja o que for, tu me fazes saber que feliz com Jesus sempre sou”. (Harpa Cristã nº 398 | Sou Feliz com Jesus )
Mas… somos mesmo?
Essa é uma pergunta que vale a pena fazer. Se a sua resposta for “sim”, vem uma segunda pergunta, talvez ainda mais importante: Por quê?

A Armadilha: Quando Deus Vira uma Máquina
Muitas vezes, nossa felicidade com Jesus está condicionada a Ele “resolver” as coisas aqui. Somos gratos, sim, quando Ele nos cura, nos livra e nos abraça na dor. Isso é maravilhoso e bíblico!
O problema é quando as coisas não acontecem como esperamos. Quando a oração não é respondida do nosso jeito, quando a dificuldade persiste e dá tudo errado, quando a batalha parece perdida. O que acontece com a nossa fé?
Aí, caímos na armadilha de tentar “explicar” Deus. Procuramos fórmulas. “Ah, foi porque você não fez a campanha tal”, “Foi porque não orou de tal jeito”.
Será que, no fundo, a gente não acaba tratando Deus como uma máquina de bênçãos? Colocamos a “moeda” da oração ou da campanha e esperamos que a “alavanca” nos dê o resultado exato que pedimos. E quando não sai o que queremos, ficamos frustrados, deprimidos e saímos correndo atrás de outra fórmula espiritual que “funcione”.

A Verdade Nua e Crua: Este é o “Mundo dos Fins”
Para entendermos a verdadeira alegria, precisamos primeiro entender o mundo em que vivemos.
Lá em Gênesis 3, quando o homem decidiu que queria ser o próprio Deus, conhecendo o bem e o mal por conta própria, ele não foi apenas expulso do jardim. Ele foi impedido de comer da Árvore da Vida.
Naquele dia, nós fomos lançados na existência dos fins.
A verdade nua e crua é: desde que o pecado entrou no mundo, tudo aqui tem data de validade. Este se tornou o “mundo das perdas”.
É um ciclo que todos nós vivemos. Mal nos acostumamos com o cheirinho de bebê, e as roupas já não cabem mais. A vitalidade dos nossos 20 anos, que achávamos ser eterna, aos poucos se perde. A nossa própria aparência bela no espelho vai mudando com o tempo. A segurança que sentíamos no trabalho é abalada quando formos trocados por alguém mais novo que ganha metade. Até a nossa casa muda: os filhos, que enchiam a nossa casa, crescem, batem asas e o que fica é o silêncio.
Tudo passa. Inclusive este mundo.
Nos desesperamos com as perdas, mas a realidade é que tentar eternizar as coisas neste mundo é como tentar segurar água com as mãos. É a ordem natural das coisas que tudo aqui acabe.
Falando em perdas inesperadas, quero compartilhar algo pessoal com vocês. Hoje foi um dia difícil aqui em minha casa. Meu esposo é autônomo e trabalha com entregas em seu caminhão, que é nosso ganha-pão. Com uma frequência maior do que gostaríamos, o caminhão quebra.
E quando o caminhão para, tudo para. O trabalho some, os custos aparecem, e o prejuízo é certo. Contas se acumulam, e as perdas financeiras nos pegam de surpresa. Hoje foi um desses dias em que o desespero bateu, nos deixando aflitos e mal-humorados.
Mas agora, ao final deste dia, escrevendo este texto, sinto como estas Palavras vieram ao meu encontro. Ao olhar para nossa vida, mesmo em meio a toda essa aflição e me sentindo “embaraçada” pelos problemas, eu percebo o quanto Deus tem sido misericordioso e amoroso. Mesmo com o caminhão quebrado e as contas se acumulando, Ele não tem nos deixado faltar nada. Na verdade, Ele sempre nos dá melhor do que pensamos, o tempo todo. E essa percepção muda tudo. A Ele toda honra e toda a glória!

O Paradoxo de Cristo: O Movimento Oposto
E aqui está o ponto que vira o jogo.
O homem pecou porque quis ter mais – quis ser como Deus. E, por querer acumular, ele perdeu tudo.
Mas e Jesus?
Jesus, que tinha tudo – toda a glória, toda a eternidade – entrou voluntariamente no nosso “mundo das perdas” abandonando tudo. Ele se esvaziou. Aquele que era Eterno se submeteu a um fim na cruz.
Você percebe o movimento? É o exato oposto do nosso.
Enquanto o mundo nos ensina a “ganhar, ganhar, ganhar”, produzir, acumular, Jesus nos ensina a repartir. Enquanto o mundo diz “junte”, Ele diz “dê”. Enquanto o mundo quer ser servido, Ele veio para servir.
Se cremos em Jesus para sermos parecidos com Ele, mas vivemos numa direção completamente oposta à Dele, tem alguma coisa errada.

Onde Está o Lucro, Afinal?
Aquele jovem rico chegou para Jesus perguntando o que fazer para herdar a vida. Ele já tinha tudo o que nós geralmente pedimos a Deus: riqueza, posses, status.
E o que Jesus fez? Mandou ele se livrar exatamente daquilo que a gente tanto pede. (Mateus 19:16-22 | Marcos 10:17-22 | Lucas 18:18-23)
Por quê? Para nos ensinar que não é sobre isso.
O lucro da nossa vida não está em ter o carro do ano, a conta bancária cheia ou uma vida perfeita sem problemas. O Apóstolo Paulo entendeu isso perfeitamente quando disse: “O que para mim era lucro, considerei perda por causa de Cristo”. E mais: “Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. (Filipenses 3:7 | Filipenses 1:21)
A nossa vida não é o que temos ou deixamos de ter. A nossa vida é Cristo.
Nós vivemos o paradoxo de pisar neste chão, nesta vida que acaba, mas com a nossa cabeça e nosso coração em outra vida – a vida eterna que Ele nos deu.

Encontrando Sanidade no Meio do Caos
Então, por que estamos tão desesperados? Por que fazemos da vida das pessoas ao nosso redor um inferno por causa da cortina que não compramos ou da prestação que atrasou?
Quando entendemos que este é o mundo das perdas, a nossa ansiedade diminui. Quando entendemos que a nossa vida é Cristo, encontramos a verdadeira paz.
Alegria não é ter tudo o que você quer. Alegria é saber que, mesmo que você perca tudo, você ainda tem o Dono de tudo.
Isso nos leva a uma conclusão libertadora:
Prejuízo não é perder dinheiro. Prejuízo é perder quem você ama.
Dinheiro, a gente dá um jeito. Mas pessoas de valor, aquelas que Deus coloca ao nosso lado, essas a gente não pode trocar por coisas.
Que tal se a gente começar a viver na contramão desse mundo maluco? Que a gente possa olhar para o caos e ter paz, não porque temos uma fórmula mágica, mas porque estamos firmados na Rocha. Que a gente possa repartir mais, amar mais e nos preocupar menos com o que vai, inevitavelmente, ficar para trás.
Obrigado, Jesus, porque no meio de um mundo que caminha para o fim, nós encontramos em Ti um começo que nunca terá fim. Louvado seja o Teu nome para sempre.
Que Deus abençoe você!
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