
Com quem você se sentiria mais intimidado para conversar: um CEO de uma grande empresa ou a mãe de quatro filhos que dedica seus dias ao lar? Seja sincero. Qual história de vida despertaria mais sua admiração?
A honestidade pode ser desconfortável. Em nosso íntimo, muitos de nós fomos ensinados a admirar os jardins vistosos: o sucesso corporativo, os títulos acadêmicos, as conquistas financeiras, em geral aquelas que todos podem ver. E, por causa disso, muitas mulheres que escolheram a nobre missão de cuidar da família sentem como se tivessem sido levadas dos canteiros floridos para o trabalho silencioso e oculto das raízes.
Lá, sob a superfície, o trabalho é constante e infinito, mas parece invisível. É um lugar onde a nutrição acontece, longe dos aplausos. Se você já se sentiu assim, saiba que não está sozinha. Mas e se esse trabalho oculto, na verdade, for o que sustenta o jardim mais importante que existe?

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ToggleO Eco do Mundo e a Mentira do Trabalho “Menor”
Muitas de nós crescemos ouvindo o eco do mundo que só valoriza as flores, não as raízes. Fomos educadas para alcançar, para produzir, para ter um resultado visível. A transição para o lar pode soar como o silenciar de uma música vibrante. Os projetos grandiosos dão lugar a um ciclo de tarefas que recomeçam a cada manhã: trocar fraldas, lavar pilhas de louça, mediar conflitos infantis, cozinhar, organizar toda a bagunça, limpar o chão que em minutos estará sujo novamente.
É a mentalidade que nos faz acreditar que o trabalho “importante” só acontece à luz do sol. Começamos a nos questionar: por que o elogio de um chefe parece mais gratificante que o sorriso de um filho? Por que colher um fruto visível nos faz sentir mais produtivas do que passar o dia nutrindo a terra?
A resposta é que estamos medindo nosso valor com a régua do mundo, e não com a de Deus. O mundo exalta o que é visto. Deus, no entanto, valoriza o que é eterno. A Palavra nos lembra do nosso propósito fundamental. Em Gênesis, a mulher foi criada como uma “auxiliadora idônea” (Gênesis 2:18), uma parceira essencial na construção da vida. A mulher de Provérbios 31 é elogiada não por seu status, mas porque “cuida do bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça” (Provérbios 31:27). Seu trabalho no lar é visto como um cultivo sábio e diligente, e não como uma ocupação menor.

Cultivando um Jardim para a Eternidade
A grande virada de chave acontece quando mudamos nossa perspectiva do temporal para o eterno. Quando entendemos que não estamos apenas limpando a casa, mas cultivando um lar. Não estamos apenas alimentando corpos, mas nutrindo as raízes de almas.
Quando penso que meu tempo e energia são dedicados a cuidar de almas eternas, o cenário muda completamente. Meus filhos e meu marido não são um projeto com data de término. São vidas que ecoarão pela eternidade. Sob essa luz, o trabalho invisível das raízes revela seu verdadeiro propósito: nutrir um jardim para a eternidade. Ninguém aplaude o trabalho das raízes, pois elas ficam escondidas sob a terra, mas sem elas, flor alguma poderia desabrochar, e fruto algum poderia nascer.
Todo o nosso serviço, quando feito com amor, é um ato de adoração. A Bíblia nos dá o norte: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens” (Colossenses 3:23). Lavar a louça para o Senhor. Ensinar seu filho a amarrar os sapatos para o Senhor. Fazer o devocional com o seus filhos para o Senhor. Preparar um jantar para seu marido para o Senhor. De repente, as tarefas mais humildes são revestidas de uma dignidade celestial. Elas se tornam o nosso ministério.

O Perfume que Transborda do Jardim
E quando as raízes estão fortes e profundas, o jardim que elas sustentam pode abençoar o mundo. A mentira de que a dona de casa vive isolada se desfaz quando percebemos que um lar fortalecido é a base para um amor que transborda.
A paz e a ordem que você cultiva em seu lar te capacitam a levar esse perfume para fora. Uma palavra de conforto a uma vizinha, uma fatia de bolo para alguém que está doente, uma oração por telefone com uma amiga. O serviço está em nosso DNA espiritual, e ele não conhece cercas. Como nos ensina a Palavra, fomos chamados para “servir uns aos outros mediante o amor” (Gálatas 5:13).
Portanto, da próxima vez que o sentimento de invisibilidade tentar te assombrar, lembre-se: seu lugar não é de insignificância. Você está cuidando das raízes do jardim de Deus. Você não está executando tarefas repetitivas e sem sentido. Você está nutrindo a base que gerará um legado de fé, amor e segurança que nem o tempo pode apagar.
E esse, minha irmã, é o mais importante e belo de todos os cultivos.
Deus abençoe você lhe fazendo florescer cada dia mais e mais.
Abraços!
