
Olá, pessoal! Que a paz do Senhor esteja com vocês.
Vamos bater um papo sincero sobre uma das frases mais populares e, talvez, uma das mais perigosas do nosso tempo: “Se te faz feliz, não é errado”.
A gente ouve isso em filmes, vídeos, lê milhares de posts nas redes sociais e, muitas vezes, até o nosso próprio coração sussurra essa ideia quando estamos diante de uma decisão difícil. Parece fazer tanto sentido, não é? Afinal, quem não quer ser feliz? A felicidade é como um selo de aprovação para as nossas escolhas. Se o resultado é um sorriso no rosto e um calorzinho no coração, então devemos estar no caminho certo… ou será que não?

O GPS das Emoções
Vivemos numa época de acesso fácil a tudo. Com alguns cliques, temos comida, entretenimento, informação e até relacionamentos. Essa cultura do imediatismo nos acostumou a buscar satisfação rápida. E, nesse processo, é muito fácil transformar nossas emoções no GPS da nossa vida.
O problema é que esse GPS é instável. Nossos sentimentos mudam com o tempo, com as circunstâncias e até com o clima! Se usarmos apenas o “sentir-se bem” como nossa bússola, corremos um risco enorme de nos perdermos.
Pense comigo: um casamento que passa por uma crise. Não “se sentir feliz” vira motivo para desistir? Um compromisso na igreja que exige esforço e responsabilidade. O desânimo é razão para abandonar o barco? Um desafio que Deus colocou no seu caminho. A dificuldade é um sinal para fugir?
Quando a felicidade momentânea se torna o nosso único critério, começamos a evitar tudo o que é difícil. O apóstolo Paulo, com sua sabedoria imensa, resumiu esse dilema de forma brilhante em 1 Coríntios 6:12, quando disse: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. Pense nisso: temos a liberdade de fazer muitas escolhas (“tudo me é lícito”). Será que todas elas nos fazem bem de verdade? Será que nos edificam e nos aproximam de Deus? Essas pequenas questões são um filtro poderoso. Elas nos ajudam a parar e avaliar: essa escolha que parece me fazer feliz agora, ela “convém” para a minha vida espiritual a longo prazo?

A Raiz da Questão: A Tentação Original
Essa ideia de que o nosso desejo valida uma ação não é nova. Na verdade, ela é o eco da tentação mais antiga da humanidade. Quando a serpente se aproximou do primeiro casal no Jardim do Éden, a proposta não era apenas sobre comer um fruto. Era sobre algo muito mais profundo: a fonte da moralidade.
A proposta da serpente foi: “não basta que você tenha sido feito à imagem e semelhança de Deus… você pode ser como Deus, conhecedor do bem e do mal” (Gênesis 3:5). O que isso significa? Significa que a autoridade para decidir o que é certo, justo e verdadeiro não precisaria mais ser Deus. Poderia ser você.

Uma Sabedoria Mais Antiga e Segura
A Palavra de Deus, que é viva e atemporal, nos oferece um caminho muito mais seguro. Em Provérbios 3:5-6, encontramos uma joia:
“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie no seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas.”
Percebe a beleza disso? A Bíblia não diz para ignorarmos nossos sentimentos, mas nos aconselha a não nos apoiarmos neles, a não fazer deles o fundamento das nossas vidas. Em vez de olhar para dentro e perguntar “O que eu sinto sobre isso?”, somos convidados a olhar para Cima e perguntar: “Senhor, o que pensas sobre isso?”.
A verdadeira felicidade, aquela que a Bíblia chama de alegria, não depende das circunstâncias. Não é a ausência de problemas, mas a presença de Deus no meio deles. É uma paz que preenche a alma e nos segura mesmo quando o quando o mar está agitado. É a força que nos faz perseverar num casamento difícil, a coragem para enfrentar um desafio e a fidelidade para continuar servindo, mesmo quando não sentimos vontade.

Diferenciando “Estar Feliz” de “Ser Feliz”
- Estar feliz é uma emoção passageira, um prazer momentâneo. É bom, mas não pode ser o guia da nossa vida.
- Ser feliz (ou ter alegria) é um estado de espírito, um fruto da nossa conexão com Cristo. É saber que, aconteça o que acontecer, estamos seguros em Suas mãos e caminhando em Seu propósito.
Então, da próxima vez que você ouvir ou pensar que “se te faz feliz, não é errado“, faça uma pausa. Respire fundo e troque a pergunta. Em vez de questionar se aquilo te traz felicidade imediata, pergunte:
- Isso honra a Deus?
- Isso está alinhado com a Sua Palavra?
- Isso “me convém” espiritualmente?
As respostas para essas perguntas são um guia muito mais confiável. Elas podem não levar ao caminho mais fácil, mas, com certeza, levarão a uma vida de propósito, paz e a uma alegria verdadeira e duradoura, que nenhuma circunstância pode roubar.
Que Deus nos dê sabedoria para buscar a alegria que vem d’Ele, e não apenas os breves momentos de felicidade que o mundo oferece.
Um grande abraço, e fiquem na paz!
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